quinta-feira, 16 de julho de 2015

A dificuldade em se aceitar como scater


 Eu sou scater desde que nasci. O scat é parte integrante da minha sexualidade. Não foi adquirido. É inato. Portanto, eu nunca "descobri" que tinha essa vontade. E por ter plena consciência de que o gosto pelo scat nasceu comigo, nunca achei sujo, errado ou coisa do "demo".

No entanto, existem pessoas cujo gosto pelo scat existe, mas está escondido, adormecido na alma. E, geralmente, algum tipo de experiência faz com que o gosto seja despertado e a pessoa passe a amar scat, a ficar viciada na prática.

Mas, logo em seguida, por ter "descoberto" seu gosto já depois de adulta ou numa idade em que já tinha compreensão de mundo e convivia com amigos, parentes, etc, essa pessoa passa a se questionar se o scat é algo correto ou aceitável. Passa a se perguntar se outras pessoas também sabem o que é, se já praticaram ou se isso é apenas um desejo íntimo deste indivíduo, de sua única cabeça e consciência.

Com essa temeridade, a pessoa passa a ficar preocupada, achando que gosta de uma coisa totalmente proibida, pecaminosa, errada aos olhos de Deus. Que é coisa do "demo", que é algo abominável e que, se mais alguém soubesse que gostava daquilo, seria execrada, crucificada.

"Não, ninguém nunca vai ficar sabendo. Isso é errado, sujo. Jamais vou contar a alguém sobre esse meu desejo e vou reprimi-lo". Esses são os tipos de pensamentos que passam pela cabeça de um scater iniciante ou que "descobre" que curte a prática de modo mais tardio. E, na minha opinião, esse equívoco precisa acabar. Tal pensamento só contribui para que o tabu em torno do scat seja aumentado ainda mais.

Quando a internet não existia, era muito mais difícil para ter acesso a materiais pornográficos. Principalmente os de fetiches, fantasias, sexualidades diferentes, etc. Lembro que, quando comecei a pesquisar o scat, em 2002, aos 21 anos, encontrei uma locadora de filmes adultos perto de casa. E, não resistindo a meu tesão, fui à seção de sexo bizarro.

Lá, encontrei algumas fitas (sim, fitas VHS) de scat e fiquei doido. Aluguei e, assim, pude tomar um contato com scat de uma maneira melhor, sem precisar usar somente a imaginação, pois tinha o apoio da imagem do filme para ver a coisa acontecer. Passei da fantasia ao conhecimento da prática. Mas, com a internet, isso se potencializou. Não só nunca fiquei encanado em achar que eu era o único que gostava disso como, com a ajuda da rede mundial de computadores, encontrei milhares de outras pessoas que curtiam, de alguma forma, falar sobre o assunto. Logo, a internet ajuda a pessoa a entender que não está sozinha nesse universo.

Amigo scater! Esse pensamento retrógrado sobre o scat deve ser, para sempre, extinto, eliminado da sua vida! Qual o problema ou o pecado de gostar de cocô? O scat é a coisa mais íntima que pode acontecer entre duas (ou mais!) pessoas! É intimidade, cumplicidade, liberdade total sobre o corpo do parceiro ou parceira. É safadeza, é sacanagem, é uma delícia.

Não tem nada de feio, sujo, reprovável ou demoníaco. É gostoso demais. Então, desencane! Seja feliz! Aproveite o scat em toda sua plenitude! Pratique, fale sobre o assunto com quem gosta, divulgue a prática, ajude a acabar com tabus e preconceitos. Não há motivo algum para você se sentir uma pessoa inferior, com baixa autoestima, rebaixada. Muito pelo contrário.

Justamente pelo scat representar o máximo da intimidade, é motivo de orgulho. É praticado por pessoas inteligentes, com a mente aberta, no futuro, livre de preconceitos e julgamentos. Liberte-se, seja muito feliz! E viva o scat! Essa coluna fica por aqui. Entrem em contato pelo skype: amocheirarmerda@hotmail.com. Um abraço e um cheiro no cu!

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